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segunda-feira, 28 de novembro de 2011
CAMPINA DO SIQUEIRA - A noite.
Campina do Siqueira – uma vida bem vivida.
Esta denominação se dá ao fato que geograficamente era uma região bonita com campos e vegetação rasteira e pertencia a um colono português Antonio Sebastião Siqueira que chegou por aqui no inicia do século XIX e ficou com uma grande extensão de terras que depois as dividiu e venderam para famílias que vieram povoar o local, muitas destas famílias moradoras até hoje também dividiram e venderam para outras famílias ou mesmo dividiu-se entre irmãos o que era de costume na época.
Eu venho a viver na Campina em 1958, apesar de ter nascido em novembro 1957 no hospital São Vicente e morado por alguns meses no Batel. Minha infância foi muito intensa, pois, vivíamos outros tempos, os amigos quase todos eram do próprio bairro começavam na própria rua depois no colégio próximo, Escola Estadual Padre Olimpio de Souza na época ao lado da BR-277 Rodovia do Café, onde hoje é o posto Médico, os perigos de segurança de hoje não se tinha na minha infância. As famílias que iniciaram o bairro que eu me lembro foram os Bobziak dos quais meu Pai e duas tias compraram os terrenos, hoje onde está a Loja da Mitsubich e o de minha família esta ao lado, os Otto, Kofidera, e os amigos da Família Alfanio, Guelfi, Ganz, Marquette, Coraiola, Marques, Bortolan, Kaviatoski, Baks, Simões, Zillioto, Pellegrin, Cruzara, Panek, Siupika, Selko, Dibaks, Dembiski, Simonetto, e a minha Gomes dos Santos.
Meu Pai José Gomes dos Santos que faleceu neste ano de 2012 em 17 de abril acredita que era o morador mais antigo na Campina do Siqueira, pois veio construir a casa em 1956, mas já tinha o lote deste 1950, assim que a casa ficou pronta veio morar, existe até hoje e para a época uma casa muito bem projetada em alvenaria com central de água quente toda com calçadas ao redor e bomba hidráulica no poço, coisa rara nos idos de 1950 em nossa cidade.
Acompanhei e acompanho o crescimento do bairro há muitos anos, desde a abertura da BR-277 e inauguração, assim como a Construção do Parque Barigui, o alargamento e novo traçado do Rio Barigui a abertura da Vias conectora que revolucionou nossa região, o inicio da Paróquia São José Trabalhador aonde fiz a primeira comunhão com a primeira turma da história da Igreja, a sua evolução construção da igreja de madeira mudança para o atual local e todos os eventos que a juventude podia participar na Igreja muitos Padres amigos como Padre Vicente e o Rondon, joguei bola na adolescência com o Torresmo (Padre Mário)
Lembro com saudades do Campo da Cruz e Canto do Rio onde joguei muita bola e os campinhos na região que eram muitos tinha o time do Vasquinho e nosso campo era ao lado da minha casa, tinha o Bangu que era onde é o terminal de ônibus Campina do Siqueira.
Na saída da escola a preocupação dos pais era a BR-277 (passava um caminhão por cada meia hora) era costume para no bar do seu Arlindo pai da Eli zenda comprar Maria caxuxa ou Maria mole e mexer com o papagaio que ficava nas arvores. Enfrente a escola tinha uma casa da Dnª Pelaquia que tinha muitas laranjeiras e quando carregadas era uma tentação, com saudades lembro-me das professoras do primário Dnª Raguel a mãe do Tuti a Prof.ª Vilma e a Diretora Vilma dos uniformes brancos (avental). Fiz no Padre Olimpio a 1ª até a 5ª série depois fiz exame de admissão e fui para o D.Pedro II no Batel.
A Campina se destacava na produção quase artesanal de tijolos e telhas, eram muitas Olarias, dos Bodziak, Coraiola, Binhara, Aranha, Ganz e Martins etc.. Esta atividade consumia muita terra de barraco e argila dos banhados do Rio Barigui, que ainda era todo sinuoso e estreito e com as chuvas, transbordava a cada chuva inundando grande faixa de terra e também os buracos ou cavas da região onde era tirado o barro matéria prima dos tijolos, estas cavas quando cheias serviam de lazer e pesca para os moradores que nelas se banhavam e passavam boas tardes de lazer, pois não se tinha muita opção de divertimentos.Eu mesmo aprendi a nadar nestas cavas e até cheguei a salvar duas pessoas em episódios diferentes uma no Rio outra nas cavas.Muitas pessoas desconheciam ou mesmo ariscavam entrar nos tanques que eram muito fundo onde qualquer descuido era fatal, muitos se afogaram nestas cavas.Hoje este local é o Shopping Barigui, Carrefour , Parque Barigui, Jardim Explanada ate a ponte da Rua Eduardo Sprada.
As compras naquele tempo eram feitas no caderno, ou seja agente ia no comercio do bairro comprava anotava e no final do mês pagava, assim meu Pai fazia no Bar do Ladio(Siupika) do Sr Avelino Pellegrim ( grande pessoa e meu mestre) do Dibax e no Carlos Bhar que passou a ser material de construção e onde comprei tudo para construir minha casa quando casei e fui morar no Campo Comprido.
Não vejo mais muitos dos amigos que fiz neste tempo, alguns já desencarnaram outros mudaram de cidade ou de bairro ou mesmo continuam ali más não os vejo mais, de vez em quando um ou outro agente encontra e mata as saudades do tempo de Festa Juninas onde soltava-se muito balão, meus Pais Faziam uma festona no aniversário da minha irmã Denise no 1ª de Julho e ficou conhecida no bairro todo.
Carrinho de rolamento foi a febre de muito tempo, assim com bola de burico, balões,bicicletas e raia de todo tipo e cor.
Eu sou um típico guri Curitibano e me orgulho disto, fui criado com muita ternura mas sempre sabendo das obrigações, o que era bastante normal em todas as famílias, os horários definidos normalmente pela mãe, hora da escola, das obrigações em casa de fazer as lições e de dormir. Eu vivi no regime militar quando fiz 17 anos me alistei e fiquei quase três anos no Colégio Militar de Curitiba, apesar de militar mas também cidadão comum desde pequeno neste regime vi as mudanças da sociedade e confesso as famílias viviam em normalidade e sem problemas com o governo da época e digo, não se via as barbaridades que vemos hoje, o respeito para com os idosos, com os pais e principalmente com professores e a educação era bastante respeitado, e acima de tudo avia civismo e moral, o que permitia uma Curitiba segura e boa para se viver. Só fui saber dos acontecidos neste regime quando entrei na faculdade, e mesmo assim parecia tão longe da gente que nem nos afligia, alguns parentes e amigos até tiveram problemas, mas foi por que quiseram abraçar esta causa. Enfim o Pais mudou a nossa Curitiba sempre teve em bom conceito com a natureza e com o meio ambiente promovendo um ambiente bom de se mora com um urbanismo moderno e futurista, e Campina do Siqueira Cresceu as chácaras foram dividias e vendidas o que melhorou o poder aquisitivo de muitos de seus proprietários que investiram no bairro e a população aumentou, por estar entre o centro e a cidade Industrial ligada rapidamente por vias amplas e largas os imóveis valorizaram e foram alvo do crescimento imobiliário onde grandes Torres e Arranha Céus estão sendo construídos a passos largos, grandes Shopping e Hipermercados se instalaram assim como grandes revendas de veículos e matérias de construções tornando o bairro totalmente independente com farmácias, bares, restaurantes etc..
Hoje a Campina é uma cidade dentro da cidade, motivo de orgulho de nossos pais, avós e nosso e de nossos filhos que aqui fizeram sua morada, com honestidade e respeito mutuo colaboram para o bem comum.
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